quarta-feira, 26 de maio de 2010

Até onde posso ir...



Pensamento chega sorrateiro, então viajo. Viajo pra tantos lugares que nem sei se eles existem!
Olhando da minha janela vejo a chuva cair  lá fora, gotas de agua fria, o cheiro da terra molhada invade o meu interior, me fazendo ir até o lugar de minha infância. 
O tempo passa tão rápido que a gente quase não se dá conta; - quando criança morei em muitos lugares diferentes, lugares lindos, de uma exuberância fantástica! - sempre no interior, que é de onde venho. Posso dizer com muito orgulho que sou interiorana bem CAIPIRA, pois nasci e cresci no sertão. Acordando cedo com o cantar do galo lá no poleiro, ouvindo o mugir do gado leiteiro no curral, os pássaros cantando na soleira da janela, mamãe a tratar das galinhas e dos porcos sempre alegre cantando alegrando as nossas manhãs. Papai em seu cavalo saindo muito cedo para cuidar da fazenda, muito rígido em seu trabalho e com a família. 
O cheiro da terra molhada com o orvalho da noite pela manhã, enche nossa alma de energia, o café  que mamãe sempre prepara, hummm, que delicia, o pão quentinho, o leite ... - são coisas que só quem vive ou viveu pra entender exatamente o que digo.
Quando criança, correndo descalço pelos verdes campos, sentindo a terra entra entre os dedos, o vento  sobrando os cabelos... - ah se eu pudesse voltar no tempo!!!
A gente cresce, e trilha nosso caminho muitas vezes com barreiras difíceis de superar, mas sempre se levanta dos tombos que a vida nos dá. Mas o fantástico é que , nossa memória é um baú de lembranças maravilhosas, momentos ternos que nos enche o coração, a alma de felicidade; - podendo nos reportar a anos passados a qualquer instante e reviver tudo de novo em um simples fechar de olhos, aqui, bem aqui em nosso pensamento.


Edicléia Maria Araújo