quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ser Livre...


Um ser quase invisível em um mundo tão grande, mas que carrega no peito a saudade de um tempo que não volta mais. 
Antes solta feito um pássaro livre a voar, hoje prisioneira entre paredes de pedra. Restando daqueles bons tempos apenas a lembrança!
O vento a soprar os seus longos cabelos, enquanto cavalga pelos verdes campos sem temer o tempo. A doce sensação de estar voando em um galope para o infinito tentando alcançar o horizonte que teima em se afastar cada vez mais. O cheiro do mato verde, o pio dos pássaros na mata, o ar puro, a água fresca da nascente, os animais selvagens circulando pelos caminhos quase nunca frequentados pelo homem, - a natureza selvagem hoje presa no peito gritando por socorro para ser libertada  e seguir o seu destino. Vivendo na cidade, um bicho do mato não é e nem nunca será feliz. Lá no mato sou livre, sou parte daquele mundo," lá no matou sou doutora " aqui na cidade não passo de uma " caipira " . Liberdade, a liberdade que falo não é a de andar por ai, ir e vir quando bem lhe vier sem dar satisfação a quem quer que seja, não, não é essa, - é estar livre na alma, é sentir que fazemos parte de algo que nos completa o espírito, é saber que somos importantes pelo simples fato do prazer explodindo dentro do peito, o prazer de sentir os pés descalço na terra molhada com a água da chuva, de correr agarrada à mão da mãe, - a natureza, A TERRA.
A vida na cidade não é pra mim um prazer, aqui eu não sou nada, aqui não se tem amigos, aqui tudo é falso ou quase tudo, - no sertão tudo é de uma amizade verdadeira, pois tudo que a mãe nos oferece é puro, é de tudo o melhor, - lá eu sou feliz!!! - lá eu sou livre!!!


Edicléia Maria Araújo